Os Dias de campo têm como objetivo principal trabalhar a sensibilização e a conexão das pessoas com a natureza. São realizadas vivências, atividades práticas como plantios e colheitas, caminhadas em trilhas, passeios, observações, banhos de cachoeira, feira de sementes, dinâmicas de sensibilização, jogos cooperativos, danças circulares, arte, culinária, entre outras atividades. As dinâmicas realizadas atuam como metodologia para as reflexões promovendo o caráter lúdico e motivando professores e alunos para a observação e o aprendizado. Sugerimos roteiros para os dias de campo com temas orientando as atividades: i) Matas ciliares e água; ii) Cerrado e biodiversidade; iii) Agrofloresta, floresta e alimentos; iv) Paisagem, Agricultura e sustentabilidade; v) História da região e da fazenda e nossa identidade. Buscamos propor uma seqüência de atividades que contribuam para maior envolvimento no dia de campo tendo como inspiração o aprendizado seqüencial com as fases: despertar o entusiasmo, dirigir a atenção, viver a experiência e compartilhar. A proposta envolve uma abordagem transdisciplinar e todos os temas e elementos estão inter-relacionados e são desenvolvidos desta forma pelos monitores-educadores.

Os Estudos do meio são dias de campo com objetivos bem trabalhados previamente pelos professores, relacionados com seus objetivos escolares. O foco para os conteúdos trabalhados em sala de aula é maior, porém sempre se busca relacionar a interdisciplinaridade e a conexão entre os diversos aspectos do ambiente. Conduzimos atividades práticas, entrevistas e experiências ligadas aos temas de estudo promovendo as reflexões e a discussão. Oferecemos alguns temas geradores para estudos do meio, considerando sempre as relações e o caráter interdisciplinar de cada objeto de estudo. Sugerimos o desenvolvimento do estudo do meio em parceria com os professores envolvidos para melhor efetividade da proposta. Temas sugeridos para os Estudos do meio: Florestas; Seres vivos; História e ciclo do café; Agricultura; Água; Manejo e observação da paisagem; A vida no ambiente rural – passado e presente

Estágios agrícolas são vivências em que os alunos participam da vida rural por uma semana realizando atividades rotineiras da fazenda. A experiência de passar dias no ambiente rural traz aos jovens de origem urbana a experiência da relação com a terra nas atividades da horta, agrofloresta, paisagismo, sementes e florestas, com os animais nas atividades agropecuárias, e com os moradores e trabalhadores rurais que trazem toda sua experiência e cultura. Envolvemos os alunos no projeto de transformação da paisagem/fazenda através do trabalho para a produção de alimentos orgânicos, alimentação saudável, o acompanhamento dos ciclos naturais e a relação do meio rural com a vida urbana. O estágio agrícola é uma atividade desenvolvida na Fazenda São Luiz desde 2005 a partir da demanda de escolas com a pedagogia Waldorf iniciada por Rudolf Steiner com base na Antroposofia. Registramos experiências riquíssimas com os jovens na realização desta atividade que é especialmente indicada para estudantes do 9o ano do ensino fundamental.

As Visitas técnicas são realizadas para apresentar as experiências da Fazenda São Luiz com agrofloresta, restauração ecológica, sementes, saneamento ecológico, educação ambiental e toda a história da Fazenda e da região contada em suas estruturas. A Fazenda São Luiz torna-se um laboratório vivo através de suas experiências e da intenção de compartilhá-las e divulgá-las apresentando exemplos de ações e tecnologias sociais. Conduzimos os participantes a diversas reflexões através da abordagem macro e micro da paisagem. São feitas explicações sobre os processos, as propostas, as técnicas e as experiências. Combinamos aulas em campo, abordando princípios e teoria, junto a dinâmicas de sensibilização que ajudam à compreensão. Especialmente indicado para estudantes universitários, grupos de agricultores, técnicos e equipes de empresas.

A proposta do Arte na Terra nas escolas é promover um processo educativo continuado com estudantes e professores nas escolas. A continuidade e o maior tempo de trabalho proporcionam um mergulho nas possibilidades de relações entre os dias de campo com os conteúdos trabalhados na escola bem como suas particularidades. Sugerimos momentos nas escolas com oficinas, histórias e atividades promovendo uma preparação para o dia de campo na Fazenda São Luiz e posteriores encontros na escola para avaliação e construção de meios para compartilhar e registrar os aprendizados e descobertas. Esta proposta deve envolver alunos e professores de diversas áreas, e ao final, recomenda-se que envolva pais e comunidade escolar como um todo.

O trabalho com professores e educadores é muito gratificante por promover trocas e reflexões coletivas em ambiente fértil para ideias inspiradoras. Nossa proposta é criar grupos de professores de escolas e/ou prefeituras e diretorias de ensino para criar um momento preparatório para a realização do Dia de campo na Fazenda São Luiz. As vivências e atividades são entremeadas com momentos de discussão sobre a temática ambiental e suas conexões com o curriculum do ensino formal e os PCNs. A equipe do Arte na Terra tem a intenção de apoiar os professores em seus trabalhos com ideias, dinâmicas e materiais educativos.

Ao longo dos anos de trabalho do Projeto Arte na Terra houve uma grande dinâmica na composição da equipe de monitores-educadores que trabalham conduzindo as atividades. Há um contínuo processo de formação de monitores que levou o Arte na Terra a se constituir num Centro de formação de educadores ambientais. Formou-se um grupo de estudos para aprofundamento em leituras, partilhas e discussões sobre filmes e textos relacionados à educação ambiental. A equipe está elaborando um curso de formação de educadores ambientais para oferecer a grupos e pessoas interessadas. Dentre as habilidades a trabalhar estão: princípios e práticas em educação ambiental, vivências com a natureza, rodas e danças na educação, agrofloresta, trilhas e florestas, primeiros socorros, arte-educação, entre outras.

Os Cursos são realizados com o objetivo de promover o conhecimento, a prática e a experiência em diversas áreas. É sempre muito rico trazer um olhar de fora e beber na fonte de pessoas que trazem contribuições importantes em diversos temas. Realizamos periodicamente cursos de agroflorestas (com o Mutirão agroflorestal e o pesquisador agroflorestal Ernst Götsch) e já realizamos curso de Vivências com a natureza (Instituto Romã), Rodas na educação (danças para a educação com Cristina Moraes), Usos do bambu (com Hiroshi Seó), Educação ambiental entre outros. Os cursos geram também a oportunidade de promover o encontro de pessoas. Existe também a intenção de promover vivências para um público diverso gerando a oportunidade das pessoas botarem a mão na terra e viverem a reconexão que a experiência com a natureza oferece.